terça-feira, outubro 24, 2006

Minha primeira vez em Interlagos

Nesse último Sábado, graças a meu amigo Pedro Paulo, irmão do Pinhal, pude ir pela primeira vez na vida assistir um pouco de Fórmula 1. Tudo bem, não foi corrida, foi apenas o treino classificatório. Bom, mas pra mim, já valeu muito!

Primeiramente, chama a atenção como o circuito é absurdamente gigantesco. Essa constatação pode parecer meio óbvia, mas, para um cara que está acostumado com tamanho de estádios de futebol (Vila Belmiro, Pacaembu, Morumbi), que já possuem uma estrutura grande, o Autódromo é absolutamente incomparável. Chegando a Interlagos de carro, por fora, você demora um tempão para chegar ao seu lugar; no meu caso, o setor G, que fica no final da reta oposta.

O barulho das máquinas é impressionante. De fora do autódromo, você já ouve aqueles zumbidos característicos. Como ficamos perto da curva depois da reta oposto, um barulho muito legal que os carros faziam era quando reduziam as marchas. Você vê o cara passando a milhão da sua frente e, poucos segundos depois, reduzindo 3, 4 marchas.

Mulher não tem vez na Fórmula 1. São tratadas como putas. Desculpe a grosseria, mas é isso mesmo! Entre o Warm Up e o treino, existem duas horas onde não se faz nada. Portanto, basta passar qualquer mulher na arquibanca que todos os homens já se apressam no coro de “Gostosa! Gostosa!”. A moça pode estar sozinha, acompanhada, com marido; não interessa, a galera entoa o coro do mesmo jeito. Mas essa fama meio que se justifica: além de ser um lugar elitizado, como mulheres arrumadas como se estivessem numa balada da Vila Olímpia, tem até trio elétrico divulgando puteiros do lado de fora. A sustentação, o garbo, o desejo e a sensualidade se misturam entrem roncos de ferraris e cabelos falsamente platinados. Enfim, sexo e prostituição tem tudo a ver com dinheiro e carrões.

Um ponto muito legal é que você vê milhões de pessoas de fora, de outros estados e países. Além das camisas de times de todos os cantos do Brasil (me senti em Minas de tantas camisas do Galo), ouve-se os mais distintos sotaques. Na fila para comprar cerveja, conversei com uma boliviana, um cara de Joinville e um casal de alemães.

Brasil é Brasil mesmo num evento pretensamente de primeiro mundo: filas para comer, para ir ao banheiro, cerveja acabando... olha, de se indignar: o cara paga R$ 180,00 e não tem um serviço decente.

Bom, falar do treino e da corrida é desnecessário, todos já sabem como foi. Mas uma coisa a se registrar é que, sem radinho para acompanhar o desempenho dos pilotos, você fica mais perdido que filho da puta em dia dos pais: você só vê os carros passando, mas não sabe o que está ocorrendo, tendo que recorrer aos colegas “mais espertos” do lado. Mas vou falar: a maioria dos que estão lá não parecem ligar muito para isso. O que vale mesmo, para esses fanáticos, é o ronco do motor.

Bom, para concluir, sem dúvida é um evento sensacional: apenas uma vez por ano, carregado de emoção, paixão, aficcionados, sensasualidade, putaria (poque não?), desejo. Fórmula 1 não é um dos meus esportes preferidos, não vejo muita graça nesse lance de corrida... já gostei muito, no ínicio da década de 90. Até acordava mais cedo até para assistir treino. Mas, com o passar do tempo, foi perdendo a graça para mim. Mas, com certeza, voltei um pouquinho no tempo e me senti aquele moleque que não perdia um GP de Mônaco, de longe, o mais charmoso. De qualquer forma, só tenho a agradecer o Mestre Pedro Henrique Bak Mansi, o maior Diretor de Arte de São Paulo, pela maravilhosa oportunidade de conhecer de perto o circo da Fórmula 1.

Foi um dia muito legal e inesquecível para mim. É de arrepiar quando os carros passam a 300 por hora no final da reta oposto. Como diria o Galvão, o “Ballet” da Fórmula 1, ao vivo, é de embasbacar.
Comentários
Quem liga para Fórmula 1?
 
Reimão pega o meu kas duas mão!
Auf Auf
Brincadeira, ótimo texto mas pare de ver a vida como antropólogo e vamos ficar bêbado logo vai!
Auf Auf Wolf
 
Muito real essa história de que mulher na F1 é encarada como puta. Eu também não dou a mínima pra corrida - só gostava na época do Senna - mas eu até tinha convite pra domingo e achei melhor não ir. Eh o tipo de lugar que você vai pra se sentir mal, entende?
Uma pena...

Beijo
 
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